Sua vida escolar iniciou na escola particular do mestre Manuel Leopoldino do Nascimento, onde foi alfabetizado. No ano seguinte seu pai o transferiu para a escola pública sob a regência do Professor Francisco da Costa Ribeiro, localizada no 2º Distrito (Hoje o bairro do Porto). O professor quase sempre atrasava para o início das aulas, mas tinha monitores para tomavam conta dos alunos, o que aborreceu Firmo, pelos maus tratos recebidos de um deles, pois aplicava a palmatória para conter a indisciplina reinante. Mesmo assim, as lembranças dos livros didáticos de autoria de Abílio César Borges, encantava os alunos e os estimulava a ler, graças às belas estórias.
Os alunos eram obrigados a fazer serviços de abastecimento de água na talha da escola, assim como carpir o terreno, o que desgostou Firmo que, após algum tempo, foi transferido para a escola do Mestre Félix de Miranda, no 1º Distrito, distante de sua casa, o que o obrigou a morar temporariamente com sua avó, a qual o tratava com muito carinho e desvelo. Na escola do Mestre Félix reinava absoluta ordem e disciplina, e Firmo concluiu seus estudos primários com distinção. Aço ele fez muitos e duradouros amigos.
O curso secundário, hoje médio, iniciou no Liceu Cuiabano, porém circunstâncias adversas de desentendimentos por indisciplina fê-lo deixar o estabelecimento, transferindo-se para a escola do Professor Hugo Lesko, situada na atual Rua Campo Grande. A permanência de Firmo nesta escola foi temporária, pois o professor lecionava quase sempre alcoolizado, o que obrigou-o, no ano seguinte, a rematricular-se no Liceu Cuiabano, onde usufruiu de um corpo excelente de professores. O curso completo era de 6 anos, e ali fez muitos amigos, apesar da desordem reinante na escola. Mesmo assim, conseguiu ser aprovado nos exames preparatórios, quando apenas cinco alunos conseguiram este intento.
Seu primeiro emprego foi como professor primário no distrito de Santo Antônio do Rio Abaixo, hoje município de Santo Antônio de Leverger, onde permaneceu somente por quatro meses, pois a distância de Cuiabá, a precária estadia na residência de Nhô Jéco e as viagens a cavalo, não compensavam o irrisório salário que, segundo ele, não chegou a perceber do governo estadual.
De retorno a Cuiabá, ainda sem emprego fixo, resolveu auxiliar seu pai num “bolicho” que ele mantinha na Rua Antônio Maria, porém sua opção era mesmo o serviço militar.
Em 1890 foi para o Rio de Janeiro, matriculando-se na Escola Militar da Praia Vermelha, porém, numa primeira seleção não foi contemplado. Três meses depois, submeteu-se a uma nova seleção, pois, como aluno aprovado nos exames preparatórios, já estava habilitado para cursar esta escola, e o fato de seu pai Bento José Rodrigues ser alferes da Guarda Nacional, colaborou para sua admissão. O aceite definitivo só ocorreu ocorreu aos 18 de setembro do mesmo ano, na categoria de 2º Cadete.
Embarcou para o Rio de Janeiro no dia 16 de outubro do mesmo ano, chegando ao seu destino aos 17 de novembro, tendo sido designado para atuar no 24º Batalhão de Infantaria. De família de parcos recursos, Firmo mantinha uma vida regrada.
No ano de 1893, já formado e atuando na Fortaleza de São João, foi ele convocado para, com outros colegas, assumir a vilegiatura do Cruzador Benjamin Constant, nas embarcações que se dirigiam à França, mais precisamente à Toulouse.
Após este episódio, publicado com minúcias no livro Notas de um diário de viagem, editado por sua filha Dunga, em 2000.
Retornando a Cuiabá, Firmo transmitiu seus conhecimentos em diversos estabelecimentos de ensino secundário, tanto públicos quanto privados, onde lecionou Física, Química e Matemática, além de oferecer aulas particulares e de reforço destas disciplinas.
Como militar, ocupou diversos postos, como Presidente do Tiro de Guerra Batista das Neves, Diretor do Arsenal de Guerra, além de ter comandado a Força Pública do Estado. Seu prestígio o elevou ao cargo de Provedor da Santa Casa de Misericórdia, num período onde ali funcionava também o Hospital dos Lázaros. Foi Vereador de Cuiabá, tendo integrado, como fundador, a mais antiga instituição, hoje centenária, o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, onde ocupou diversos cargos em sua Diretoria.
Detentor de uma cultura exemplar, Firmo se dedicou a escrever crônicas e artigos nos periódicos regionais, tendo sido os esparsos reunidos, em 1959, por sua filha mais velha Maria Benedita Deschamps Rodrigues, a Dunga, em Figuras e Coisas de minha Terra (2 volumes), escritos imprescindíveis para quem que melhor conhecer a realidade cuiabana.