
FUNDO FAMÍLIA RODRIGUES (1375)
Segmentos e Temas:
Santinho de lembrança e ficha de inscrição na Confraria de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
20 de maio de 1907 – Cuiabá (MT)
Maria Benedita Deschamps Rodrigues (Dunga Rodrigues)
A Diretoria do Instituto Histórico de Mato Grosso determinou que, cada membro dessa entidade, falasse sobre o seu patrono.
Aproveito a “deixa” para falar do meu patrono, como pai. Um pai todo especial, que não precisava revestir-se de autoridade para ser respeitado. Muito pelo contrário: em casa se tornava um camaradão.
Lembro-me ainda de que aos três anos de idade, comi um tal bolo de farinha de mandioca, feito por ele, quando brincávamos de quitute. E a sua camaradagem foi crescendo, embora eu me arranchasse, desde os quatro anos, em casa da minha avó paterna, apesar de o meu quartel-general continuar em casa de meus pais.
Em casa de minha avó: eu me prendia pela boca: arroz sem sal, feijão moreninho, comida apimentada. Em casa dos meus pais: as brincadeiras e invencionices da idade. Fazíamos teatrinhos, com peças escritas por meu pai. Eram do tipo Revista, ao que se seguia um ato de variedade: canto, danças e declamação.
Nasceu em Cuiabá no dia 1º de junho de 1871, descendendo de Bento José Rodrigues, nascido no Rio de Janeiro e com formação militar, tendo, em Cuiabá, onde escolheu para residir, exercido a função de mestre de oficina de serralheiros do Arsenal de Guerra, instituição que mais tarde seu filho, Firmo, dirigiu.
A residência onde Firmo nasceu ficava na antiga Rua Couto Magalhães, hoje Avenida D. Aquino. Vale lembrar que a Cuiabá do século XIX era desprovida de água tratada, ficando a tarefa de abastecer as residências e os estabelecimentos comerciais e educacionais a serviço de escravos ou negros forros.
A Família Rodrigues era pouco abastada e os brinquedos de Firmo e seus irmãos eram feitos por eles mesmos. Firmo revela que sentia inveja dos brinquedos caros de um vizinho mais abastado, porém se divertia com aqueles por ele confeccionados.